As origens da ourivesaria Leitão remontam a 1822, quando José Pinto Leitão se estabeleceu como “ourives do ouro” e abriu a tradicional loja-oficina, na Rua das Flores, arruamento que congregava os ourives que trabalhavam o nobre metal, na cidade do Porto. O trabalho era executado à vista dos clientes e a produção consistia, sobretudo, em peças de joalharia de cariz popular, na qual predominava o uso da filigrana.
Os filhos do fundador continuaram a actividade e adoptaram a designação Leitão & Irmão. No panorama da produção nacional a casa conquistou um estatuto de destaque em relação às suas congéneres, a de José Rosas e a de Reis & Filhos. A capacidade técnica dos seus artífices e a qualidade das suas criações foram publicamente reconhecidas em 1873 quando D. Pedro, Imperador do Brasil, concedeu à Leitão & Irmão o prestigiante título de “Ourives da Casa Imperial do Brasil”.
Em 1877, os irmãos Leitão abriram uma luxuosa filial em Lisboa e empreenderam o ambicioso projecto artístico de restaurar as grandes tradições da ourivesaria e joalharia, inspiradas nas raízes populares portuguesas. Fizeram-no dentro do espírito historicista que guiou as criações das oficinas de ourives nacionais de então contribuindo, assim, de forma determinante para a renovação operada no campo da ourivesaria na segunda metade do século XIX.
Em 1887, o rei D. Luís distinguiu a Leitão & Irmão com a honrosa nomeação de “Joalheiros da Coroa”, intensificando-se a partir de então uma relação que já vinha sendo cultivada de parte a parte. Entre os seus mais importantes clientes a casa Leitão contava ainda com membros da aristocracia e da alta burguesia comercial e industrial.
A rainha D. Maria Pia, porventura mais do que o rei D. Luís, foi uma das suas mais entusiastas e fiéis clientes. Foi também à casa Leitão & Irmão que os monarcas recorreram com frequência para presentear familiares, amigos e personalidades. D. Maria Pia, de reconhecido gosto pelas artes e carácter empreendedor teve um papel determinante na aquisição de inúmeros objectos utilitários e decorativos, em prata e ouro, que enriqueceram significativamente o Paço da Ajuda. São, na sua maioria, objectos de grande requinte e sobriedade aqui apresentados, pela primeira vez, numa visão de conjunto, reveladores da preferência da soberana pela estética do neo-rocaille.
Autora: Teresa Maranhas
Conservadora das Colecções de Ourivesaria e Joalharia do PNA.
2009, 12 pp., fotografias a cores.
Os filhos do fundador continuaram a actividade e adoptaram a designação Leitão & Irmão. No panorama da produção nacional a casa conquistou um estatuto de destaque em relação às suas congéneres, a de José Rosas e a de Reis & Filhos. A capacidade técnica dos seus artífices e a qualidade das suas criações foram publicamente reconhecidas em 1873 quando D. Pedro, Imperador do Brasil, concedeu à Leitão & Irmão o prestigiante título de “Ourives da Casa Imperial do Brasil”.
Em 1877, os irmãos Leitão abriram uma luxuosa filial em Lisboa e empreenderam o ambicioso projecto artístico de restaurar as grandes tradições da ourivesaria e joalharia, inspiradas nas raízes populares portuguesas. Fizeram-no dentro do espírito historicista que guiou as criações das oficinas de ourives nacionais de então contribuindo, assim, de forma determinante para a renovação operada no campo da ourivesaria na segunda metade do século XIX.
Em 1887, o rei D. Luís distinguiu a Leitão & Irmão com a honrosa nomeação de “Joalheiros da Coroa”, intensificando-se a partir de então uma relação que já vinha sendo cultivada de parte a parte. Entre os seus mais importantes clientes a casa Leitão contava ainda com membros da aristocracia e da alta burguesia comercial e industrial.
A rainha D. Maria Pia, porventura mais do que o rei D. Luís, foi uma das suas mais entusiastas e fiéis clientes. Foi também à casa Leitão & Irmão que os monarcas recorreram com frequência para presentear familiares, amigos e personalidades. D. Maria Pia, de reconhecido gosto pelas artes e carácter empreendedor teve um papel determinante na aquisição de inúmeros objectos utilitários e decorativos, em prata e ouro, que enriqueceram significativamente o Paço da Ajuda. São, na sua maioria, objectos de grande requinte e sobriedade aqui apresentados, pela primeira vez, numa visão de conjunto, reveladores da preferência da soberana pela estética do neo-rocaille.
Autora: Teresa Maranhas
Conservadora das Colecções de Ourivesaria e Joalharia do PNA.
2009, 12 pp., fotografias a cores.